quarta-feira, 6 de maio de 2009

Procurando o Tempo Que Nos Foi Roubado

Comentário original postado em:
Armando Maynard disse...
Prezada Verônica, vivemos uma época de iguais e superficiais, onde tudo é muito rápido e as idéias são cada vez mais descartáveis. Imprimimos um rítimo em nossas vidas, que os antepassados jamais imaginariam. A obrigação criada, de ter que se ficar sabendo de tudo que acontece nesta aldeia global, gerada pela ‘superinformação’, termina sendo uma imposição da vida moderna, virando uma ditadura midiática. As vezes eu me pergunto: um dia, não muito distante, quem irá lê tanta notícia. Antes ao acordar ouvíamos o galo cantar, os pássaros e o vento a balançar as folhas das árvores e até dava tempo para acompanhar o dia clareando, com o sol subindo do horizonte. Hoje acordamos com um despertador de som estridente, que nos expulsa da cama. Levantamos já com o celular na mão. Na rua o barulho do trânsito já pode ser ouvido, o cheiro de monóxido de carbono já pode ser sentido. Ligamos o rádio, TV e computador. Tomamos banho e escovamos os dentes com o radinho ali pendurado, rapidamente no café da manhã passamos os olhos no jornal do dia, ao sair da mesa uma passadinha pelo computador para olhar e-mails e alguns sites, quando descobrimos que já estamos atrasados. É o começo da maratona, que só terminará quando formos dormir já tarde da noite. É que ficamos horas e horas navegando e tentando colocar as coisas em dia, atualizando os blogs e entrando em contato pelo: msn, orkute, twitter e sempre adiando a hora de dormir. Hoje é raro encontrarmos uma pessoa que não reclame de alguma doença e que não esteja tomando mais de um remédio. Todo ser humano tem um órgão que está mais susceptível a ser machucado pela tensão do dia-a-dia e termina o coração sendo o mais vulnerável. Algemados pelo relógio e preso ao tempo, somos réus do dia que passa rápido, sempre ficando algo acumulado para o dia seguinte. A correria muitas vezes nos impede de vermos nossos filhos crescerem, pois ao sairmos de casa eles ainda estão dormindo e ao voltarmos já estão dormindo outra vez. Chegamos a sexta-feira, mais um fim de semana, reunimos a família, desligamos o celular e vamos todos a praia e veja que loucura, não é que tem horas que bate aquele incômodo por estarmos alí sem fazer nada, olhando o mar e curtindo os netos. Realmente estamos ficando no mínimo indiferentes a natureza, precisamos encontrar o tempo que nos foi roubado. Sejamos melhor gestores de nossa vida, aprendamos melhor a gerenciar nosso dia, apliquemos mais no bem estar da nossa família, invistamos mais em meditação, reflexão e no livre pensar, empreendamos mais no convívio com amigos e parentes. Fazendo tudo isso, com certeza o lucro virá acompanhado de dividendos de saúde e juros de felicidade. Um abraço, Armando.
6 de Maio de 2009 11:41

Um comentário:

Veronica Arteira disse...

Armando, que prazer e privilégio estar sendo citada no seu REcomentários. Adorei seu comentário no meu post e ele dá margem a muitas outras discussões. Prendo-me apenas numa, agora. Você tocou num ponto interessante: estamos ficando indiferentes à natureza. Peguei a mesma frase, porém num viés diferente: Percebeu que a maior preocupação hoje em dia quando nos deparamos com uma paisagem bonita, é fotografar? Guardar no computador, raras vezes no papel, encher o computador de imagens, mas não retê-la na memória, olhando-a com calma, apreciando o momento. Vemos com as lentes da câmera, que pena... Isso me intriga pois é uma atitude muito comum hoje. Mesmo num show, por exemplo, o que mais se vê é a luz dos flashes da câmera ou do celular. Por que essa ânsia em registrar tudo e não simplesmente guardar na memória? Difícil responder...
Obrigada pela atenção com minha palavra.
Abraços